Perfil epidemiológico-socioeconômico de enteroparasitoses em crianças de 03 A 10 anos em Teresina-PI / Epidemiological-socioeconomic profile of enteroparasitoses in children of 03 TO 10 years in Teresina-PI

Authors

  • Aline Borges Cardoso
  • Emille Andrade Sousa
  • Giovana Dias Silva
  • Phatia Nicollin Gadelha Campelo
  • Jossuely Rocha Mendes
  • Marcelo Cardoso da Silva Ventura
  • Darlane Freitas Morais da Silva
  • Jurecir da Silva
  • Simone Mousinho Freire

DOI:

https://doi.org/10.34117/bjdv6n3-111

Keywords:

Crianças, enteroparasitoses, epidemiologia.

Abstract

As infecções por parasitas gastrointestinais representam um problema mundial de saúde pública, principalmente em países em desenvolvimento e de clima tropical e, dentre os indivíduos infectados, as crianças são o grupo de maior significância. Este trabalho teve como objetivo analisar amostras fecais e descrever o perfil epidemiológico e socioeconômico de crianças de 03 a 10 anos de idade em três comunidades carentes em Teresina-PI. A população do estudo foi composta por 130 crianças. Foi coletado uma amostra fecal de cada criança que foram acondicionadas onde realizou-se as análises através das técnicas de Ritchie modificado (1948), e Willis-Mollay modificado (1921), no laboratório de Zoologia e Biologia Parasitária da Universidade Estadual do Piauí- ZOOBP. Dos 130 exames realizados nas três comunidades, 51 amostras foram positivas, todas para protozoários, totalizando uma prevalência geral de 39,2% (51/130), distribuída da seguinte forma: 49,0% (25/51) na Instituição A, 23,5% (12/51) na Instituição B e 27,5% (14/51) na Instituição C. 33,3% (17/51) dessas crianças estavam poliparasitadas, e as outras 66,7% (34/51) estavam monoparasitadas. A frequência de enteroparasitos foi de 64% para Endolimax nana, 26% de Entamoeba coli, 22% para Giardia sp. e Entamoeba histolytica/dispar, 4% de Blastocystis hominis e 6% de Iodamoeba butschlii. Os resultados obtidos neste trabalho se assemelham a outros estudos realizados em diversas regiões brasileiras e apontam que ainda há uma prevalência significante de enteroparasitoses em crianças na faixa etária de três a 10 anos em Teresina, Piauí, principalmente giardíase. Tais dados corroboram a relevância do papel do diagnóstico e controle através das melhorias de saneamento básico e ações de educação em saúde, principalmente em áreas de maior vulnerabilidade social.

References

ALVES, F.V.; SOUZA, A.C.; GUIMARAES, H.R.; AMORIM, A.C.S.; CRUZ, M.A.; SANTOS, B.S.; BORGES, E.P.; Trindade,R.A.; MELO, A.C.F.L. Aspectos epidemiológicos das enteroparasitoses em crianças domiciliadas em um assentamento rural no nordeste brasileiro. Revista Eletrônica Acervo Saúde, v. 6, p. 666-676, 2014.

ALVES, J.R et al. Parasitoses intestinais em região semi-árida do Nordeste do Brasil: resultados preliminares distintos das prevalências esperadas. Caderno de Saúde Pública, v. 19, n. 2, p. 667-70, 2003.

ANTUNES, A.S; LIBARDONI, K.S.B. Prevalência de enteroparasitoses de creches do município de Santo Ângelo, RS. Revista Contexto & Saúde, vol. 17, n. 32, 2017

BIASI, L. A. et al. Prevalência de enteroparasitoses em crianças de entidade assistencial de Erechim/RS. Perspectiva, v. 34, n. 125, p. 173-179, 2010.

BLOOMFIELD S.F. Preventing Infectious diseases in the domestic setting: a risk-based approach. American Journal of Infection Control, v. 29, n. 4, p. 207-12.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso. 8 ed. rev., Brasília: Ministério da Saúde; 2010. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicaçoes/doenças_infecciosas_parasitaria_quia_bolso.pdf.

BRASIL. Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental. Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). Diagnóstico dos serviços de água e esgotos: 2017. Brasília: Ministério das Cidades. Disponível em: <http://www.snis.gov.br/diagnostico-agua-e-esgotos/diagnostico-ae-2016>.

BROOKER S. Estimating the global distribution and disease burden of intestinal nematode infections: adding up the numbers–a review. International Journal for Parasitology, v. 40, p. 1137–1144, 2010.

CARVALHO-COSTA. F.A, GONÇALVES A.Q, LASSANCE SL, SILVA NETO LM, Salmazo CAA, Bóia MN. Giardia intestinalis and other intestinal parasitic infections and their relationships with nutritional in children in Brazilian Amazon. Revista do Instituto de Medicina Tropical. São Paulo 49: 147-153, 2007.

CHIAPPE A. et al. Obstrucción intestinal por Ascaris lumbricoides en un adulto mayor. Revista Chilena de Infectologia, 2016.

COELHO, W.M.D. et al. Ocorrência de parasitos gastrintestinais em amostras fecais de felinos no município de Andradina, São Paulo. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, Jaboticabal, v. 18, n. 2, p. 46-49, abr.-jun, 2009.

DA SILVA CARVALHO, et al. Prevalência de enteroparasitoses em crianças na faixa etária de 6 a 12 anos em uma escola municipal de Teresina-PI. Revista Interdisciplinar, v. 6, n. 4, p. 95-101, 2014.

EYMAEL, D. et al. Padronização do diagnóstico de Blastocystis hominis por diferentes técnicas de coloração, Rio Grande do Sul. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, mai-jun, 2010.

FERREIRA, C.; MACHADO, S.; SELORES, M. Larva Migrans Cutânea em idade pediátrica: a propósito de um caso clínico. Revista Nascer e Crescer, v. 12, n. 4, p. 261-264, 2003.

FONTBONNE, A.; FREESE-DE-CARVALHO, E.; ACIOLI, M. D.; SÁ, G. A.; CESSE, E. A. P. Fatores de risco para poliparasitismo intestinal em uma comunidade indígena de Pernambuco, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, v. 17, n. 2, p. 367-373, mar.-abr. 2001.

GENNARI, S.M.;,.KASAI, N.; PENA, H.F.l.; CORTEZ, A. Ocorrência de protozoários e helmintos em amostras de fezes de cães e gatos da cidade de São Paulo. Brazilian Journal Veterinary Research and Animal Science, São Paulo, v. 36, n. 2, p. 87-91, 1999.

GURGEL RQ, DE SÁ CARDOSO G, SILVA AM, DOS SANTOS LN, DE OLIVEIRA RCV. Creche: ambiente expositor ou protetor nas infestações por parasitas intestinais em Aracaju, SE. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 38, n. 3, p. 267-9, 2005.

IBGE. Censo demográfico de Teresina PI, 2010 [Internet]. Censo demográfico de Teresina PI, 2010. 2010 [citado 10 de setembro de 2018]. Disponível em: https://censo2010.ibge.gov.br/sinopse/index.php?uf=22&dados=0

IGNACIO CF, ESPÍNDOLA CMO, ALENCAR MFL, LIMA MC, MUNIZ LM, VASCONCELLOS MV, et al. Intestinal parasitic infections in a lowincome urban community: prevalence and knowledge, attitudes and practices of inhabitants of Parque Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Brazil. Revista de Patologia Tropical., v. 46, n.1, p. 47-62, 2016.

KOMAGOME, S.H. et al. Fatores de risco para infecção parasitária intestinal em crianças e funcionários em creche. Ciências, Cuidado e Saúde, v. 6, p. 442-447, 2007.

L’HER, P. About a case of hepatic amoebiasis among French soldier in Bosnia. Bulletin de la Société de Pathologie Exotique , v. 98, p. 153-167, 2005.

MORAES NETO AHA, Pereira APMF, Alencar MFL, Souza Júnior PRB, Dias RC, Fonseca JG, et al. Prevalence of intestinal parasites versus knowledge, attitudes, and practices of inhabitants of low-income communities of Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro State, Brazil. Parasitology Research. p.107:295–307, 2010.

NETO, R.C. Ocorrência de oocistos de Cryptosporidium spp. e cistos de Giardia spp. em diferentes pontos do processo de tratamento de agua, em Campinas, São Paulo, Brasil. 2004. 88f. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Biologia, Campinas, SP.

Disponível em: <http://www.repositorio.unicamp.br/handle/REPOSIP/315658>.

NEVES, D. P. et al. Parasitologia humana. 11. ed. São Paulo: Livraria Atheneu, 2012.

OLIVEIRA, F. M.; COSTA, S. T. C. & BEZERRA, F. S. M., 2001. Incidência de enteroparasitoses na zona rural do Município de Parnaíba, Piauí. Revista Brasileira de Análises Clínicas, 33:45-48

OJHA S.C, JAIDE C, JINAWATH N, ROTJANAPAN P, BARAl P. Geohelminths: public health significance. The Journal of Infection in Developing Countries. 2014.

PEREIRA, E.B.S, et al. Detection of intestinal parasites in the envirinments of a public school in the town of Diamantina, Minas Gerais State, Brazil. Revista Instituto de Medicina Tropical., São Paulo, 2016.

RIVERO RODRÍGUEZ Z, CHUORIO LOZANO G, DÍAZ I, CHENG R, RUCSÓN G. Enteroparásitos en escolares de una institución pública del Municipio Maracaibo, Venezuela. Investigación Clínica, v. 41, n.1, p. 37-57, 2000.

ROCHA R.S, Silva J.G, PEIXOTO S.V, CALDEIRA R.L, FIRMO J.O.A, CARVALHO O.S, Katz N. Avaliação da esquistossomose e de outras parasitoses intestinais, em escolares do município de Bambuí, Minas Gerais, Brasil. Revista da Socidade Brasileira de Medicina Tropical, v. 33, p. 431-436, 2000

SANTOS, P.H.S, et al. Prevalência de parasitoses intestinais e fatores associado em idosos. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro, 2017;

SAMPAIO, J.P; BARROS, V.C. Prevalência de enteroparasitoses em pacientes atendidos em uma unidade mista de saúde de Beneditinos–PI. Jornal Interdisciplinar de Biociências, v. 2, n. 1, p. 6-10, 2017.

SIMSEK, Z.; ZEYREK, F. Yildiz; KURCER, M. A. Effect of Giardia infection on growth and psychomotor development of children aged 0–5 years. Journal of Tropical Pediatrics, v. 50, n. 2, p. 90-93, 2004.

SILVA, J. DA; VENTURA, M. C. S; MOURA, V. G; BARROS, R. O; SOARES, G. A. Ocorrência de enteroparasitoses em crianças de três centros municipais de educação infantil de Teresina –PI. Anais da II Jornada Ibero-Americana de Pesquisas em Políticas Educacionais e Experiências Interdisciplinares na Educação, Natal, p. 1520-1529, 2017.

SILVA, J. DA; MOURA, V. G. DE; DA SILVA, M. DE J. M.; CHAVES, C. DE C.; SILVA,

A. V.; SOUSA, P. B. DE; VENTURA, M. C. DA S.; MENDES, J. R.; BARROS, R. O.;

NASCIMENTO, E. F. DO; SANTOS, J. P. DOS; FREIRE, S. M. Ocorrência de enteroparasitas em alface crespa (Lactuca sativa) de cultivo convencional comercializadas em supermercados e hortas comunitárias de Teresina, Piauí. Revista Eletrônica Acervo Saúde,

v. 11, n. 17, p. e1728, 2019.

SOLO-GABRIELE, H.; NEUMEISTER, S. US outbreaks of cryptosporidiosis. Journal of the American Water Works Association, v. 88, p. 76-86, 1996.

TAKIZAWA, M.G.M.H; FALAVIGNA, D.L.M; GOMES, M.L. Enteroparasitosis and their ethnographic relationship to food handlers in a tourist and economic center in Paraná, Southern Brazil. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, v. 51, n. 1, p. 31-35, 2009.

UCHOA C.M.A, LOBO A.G.B, BASTOS O.M.P, MATOS A.D. Parasitoses intestinais: prevalência em creches comunitárias da cidade de Niterói, Rio de Janeiro, Brasil. Revista do Instituto Adolfo Lutz, v. 60, p. 97-101, 2001.

Velásquez V, Caldera R, Wong W, Cermeño G, Fuentes M, Blanco Y, et al. Elevada prevalência de blastocistose em pacientes do Centro de Saúde de Soledad, Estado Anzoátegui, Venezuela. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 38, p. 356-357, 2005.

VISSER, S, et al. Estudo da associação entre fatores socioambientais e prevalência de parasitose intestinal em área periférica da cidade de Manaus (AM, Brasil). Revista Ciência e saúde coletiva, 2011.

WHO (1997). News and activities. Entamoeba taxonomy. Bull World Health Organ 75: 291–293.

ZAIDEN, M.F. Epidemiologia das parasitoses intestinais em crianças de creches de Rio Verde-GO. Medicina (Ribeirao Preto Online) [Internet], v. 41, n. 2, p. 182-7, 2008. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/265

Published

2020-03-10

How to Cite

Cardoso, A. B., Sousa, E. A., Silva, G. D., Campelo, P. N. G., Mendes, J. R., Ventura, M. C. da S., Silva, D. F. M. da, Silva, J. da, & Freire, S. M. (2020). Perfil epidemiológico-socioeconômico de enteroparasitoses em crianças de 03 A 10 anos em Teresina-PI / Epidemiological-socioeconomic profile of enteroparasitoses in children of 03 TO 10 years in Teresina-PI. Brazilian Journal of Development, 6(3), 11160–11175. https://doi.org/10.34117/bjdv6n3-111

Issue

Section

Original Papers