Desempenho ocupacional e qualidade de vida de adolescentes em diferentes momentos do tratamento oncológico / Occupational performance and quality of life of adolescents at different times of cancer treatment

Authors

  • Mariana Oliveira Leite Silva
  • Maria Lúcia Pedroso Cesari Lourenço Alves
  • Ana Carolina Cardinal
  • Érica Boldrini

DOI:

https://doi.org/10.34119/bjhrv2n4-097

Keywords:

Oncologia. Adolescente. Terapia Ocupacional. Qualidade de vida.

Abstract

 

O objetivo deste trabalho foi estudar o desempenho ocupacional e qualidade de vida em adolescentes com câncer e verificar se existem diferenças nestas duas áreas em adolescentes ainda em tratamento oncológico e adolescentes na fase de follow up, através da avaliação da funcionalidade, verificação do desempenho de papéis ocupacionais e avaliação da qualidade de vida e a qualidade de vida relacionada à saúde. Trata-se de pesquisa transversal, quantitativa e descritiva, com coleta de dados prospectiva e amostragem por conveniência. Os instrumentos de coleta de dados foram: uma ficha de caracterização, para coleta de dados sociodemográficos e clínicos; a Medida de Independência Funcional (MIF); a Lista de Papéis Ocupacionais; e o Pediatric Quality of Life Inventory (PedsQL), em suas versões PedsQL Generic Core Scales e PedsQL Cancer Module. Houve diferença significativa entre os grupos em relação às médias de pontuação total da MIF, com pontuação mais baixa no grupo Em tratamento; frequências de desempenho de papéis ocupacionais nos tempos passado (trabalhador e voluntário), presente (estudante, cuidador, serviço doméstico, amigo) e futuro (religioso); médias de pontuação total no PedsQL Cancer Module e nos domínios “Dores e Machucados”, “Náuseas e Vômitos”, “Ansiedade frente aos procedimentos” e “Dificuldades Cognitivas” e também nas médias de pontuação total no PedsQL Generic Core Scales, assim como em todos os seus domínios (“Saúde e Atividades”, “Sentimentos”, “Convívio com outras pessoas” e “Escola”), com pontuações inferiores no grupo Em tratamento, mostrando que adolescentes em tratamento oncológico se encontram em risco quanto ao seu desempenho ocupacional, no que diz respeito à independência funcional e ao envolvimento em papéis ocupacionais, bem como em relação à qualidade de vida, uma vez que apresentaram índices inferiores aos de adolescentes que já concluíram o tratamento.

 

References

Instituto Nacional de Câncer. Estimativa 2018: incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA; 2018.

Instituto Nacional do Câncer. [Internet] Rio de Janeiro: INCA; 2016 [acesso em 30 de abril de 2016]; Disponível em: http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/infantil.

Abrams AN, Hazen EP, Penson, RT. Psychosocial issues in adolescents with cancer. Cancer Treatment Reviews. 2007; 33(7): 622-30.

Ribeiro, IB, Rodrigues, BMRD. Cuidando de adolescentes com câncer: contribuições para o cuidar em enfermagem. Revista Enfermagem UERJ. 2005; 13(3): 340-6.

Walker AJ, Gedaly-Duff V, Miaskowski A, Nail L. Differences in symptom occurrence, frequency, intensity, and distress in adolescents prior to and one week after the administration of chemotherapy. Journal of Pediatric Oncology Nursing. 2010; 27(5): 261-265.

Iamin SRS, Zagonel, IPS. Estratégias de enfrentamento (coping) do adolescente com câncer. Psicologia Argumento. 2011; 29(67): 427-435.

D’Angio GJ et al. Pediatria oncológica prática. Rio de Janeiro: Revinter, 1995.

Hudson MM, Ness KK, Gurney JG, Mulrooney DA, Chemaitilly W, Krull et al. Clinical ascertainment of health outcomes among adults treated for childhood cancer. Journal of the American Medical Association. 2013; 309: 2371–2381.

Wilson CL, Gawade PL, Ness KK. Impairments that influence physical function among survivors of childhood cancer. Children. 2015; 2: 1-36.

American Occupational Therapy Association (AOTA).Therapy practice framework: domain and process (2nd ed). American Journal of Occupational Therapy. 2008; 62(6): 625-683.

American Occupational Therapy Association (AOTA). Occupational therapy practice framework: Domain and process (3rd ed).American Journal of Occupational Therapy. 2014; 68(1):1-48.

Pedretti LW, Early MB. Terapia ocupacional: capacidades práticas para as disfunções físicas. 5ª ed. São Paulo: Roca; 2004.

Lino VTS, Pereira SEM, Camacho LAB, Ribeiro Filho ST, Salo Buksman, S. Adaptação transcultural da Escala de Katz. Cadernos de Saúde Pública. 2008; 24(1):103-112.

Götte M, Kesting S, Winter C, Rosenbaum D, Boos J. Comparison of self-reported physical activity in children and adolescents before and during cancer treatment. Pediatric Blood & Cancer. 2014; 61: 1023-28.

Elmescany ENM. A arte na promoção da resiliência: um caminho de intervenção terapêutica ocupacional na atenção oncológica. Revista do Nufen. 2010; 1(2):21-41.

Menossi MJ, Lima RAG. A problemática do sofrimento: percepção do adolescente com câncer. Revista da Escola de Enfermagem da USP. 2000; 34(1): 45-51.

Duarte IV, Galvão IA. Câncer na adolescência e suas repercussões psicossociais: percepções dos pacientes. Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar. 2014; 17(1): 26-48.

Berg C, Neufeld P, Harvey J, Downes A, Hayashi RJ. Late Effects of Childhood Cancer, Participation and Quality of Life of Adolescents. OTJR: Occupation, Participation and Health. 2009; 29(3): 116-124.

Seidl EMF, Zannon CMIC. Qualidade de vida e saúde: aspectos conceituais e metodológicos. Cadernos de Saúde Pública. 2004; 20(2):580-588.

The Whoqol Group. The World Health Organization Quality of Life Assessment (WHOQOL): position paper from the World Health Organization. Social Science and Medicine. 1995; 41(10):1403-1409.

Soares AHR, Martins AJ, Lopes MCB, De Britto JAA, De Oliveira CQ, Moreira MCN. Qualidade de vida de crianças e adolescentes: uma revisão bibliográfica. Ciência & Saúde Coletiva. 2011; 16(7): 3197-3206.

Giesler RB. Assessing the quality of life in patients with cancer. Current Problems in Cancer. 2000; 24(2):58-92.

Hicks J, Bartholomew J, Ward-Smith P, Hutto CJ. Quality of life among childhood leukemia patients. Journal of Pediatric Oncology Nursing. 2003; 20(4):192- 200.

Rodrigues KES, Oliveira BM, Viana MB. Aspectos da qualidade de vida relacionada à saúde em oncologia pediátrica. Revista Médica de Minas Gerais. 2009; 19(4):42-47.

Hooke MC, Garwick AW, Neglia JP. Assessment of physical performance using the 6-Minute Walk Test in children receiving treatment for cancer. Cancer Nursing. 2013; 36(5): 9-16.

Götte M, Kesting SV, Winter CC, Rosenbaum D, Boos J. Motor performance in children and adolescents with cancer at the end of acute treatment phase. European Journal of Pediatrics. 2015; 174(6): 791-799.

Beulertz J, Bloch W, Prokop A, Baumann FT. Specific deficit analyses in motor performance and quality of life of pediatric cancer patients. Pediatric Hematology and Oncology. 2013; 30: 336-347.

Deisenroth A, Söntgerath R, Schuster AR, Von Busch C, Huber G, Eckert K et al. Muscle strength and quality of life in patients with childhood cancer at early phase of primary treatment. Pediatric Hematology and Oncology. 2016; 33(6): 393-407.

Lemos FA, Dal Bosco A, Sales VF, Silva SC, Dias AS. Análise de fatores físicos, motores e psicossociais em crianças com câncer. Revista da AMRIGS. 2013; 57(2): 95-100.

Hoffman MC, Mulrooney DA, Steinberger J, Lee J, Baker KS, Ness KK. Deficits in physical function among young childhood cancer survivors. Journal of Clinical Oncology. 2013; 31(22): 2799-2805.

Piscione PJ, Bouffet E, Mabbott DJ, Shams I, Kulkarni AV. Physical functioning in pediatric survivors of childhood posterior fossa brain tumor. Neuro-Oncology. 2014; 16(1): 147-155.

Kesting SV, Götte M, Seidel CC, Rosenbaum D, Boos J. Motor performance after treatment for pediatric bone tumors. Journal of Pediatric Hematology/Oncology. 2015; 37(7): 509-514.

Gerber LH, Hoffman K, Chaudhry U, Augustine E, Parks R, Bernard M et al. Functional outcomes and life satisfaction in long term survivors of pediatric sarcomas. Archives of Physical Medicine and Rehabilitation. 2006; 87: 1611-1617.

Van Brussel M, Takken T, Van der Net J, Engelbert RHH, Bierings M, Schoenmakers MAGC et al. Pshysical function and fitness in long-term survivors of childhood leukaemia. Pediatric Rehabilitation. 2006; 9(3): 267-274.

Ness KK, Wall MM, Oakes JM, Robison LL, Gurney JG. Physical performance limitations and participation restrictions among cancer survivors: a population-based study. Annals of Epidemiology. 2006; 16(3): 197-205.

Rueegg CS, Michel G, Wengenroth L, Von der Weid NX, Bergstraesser E, Kuehni CE et al. Physical performance limitations in adolescent and adult survivors of childhood cancer and their siblings. PLOS One. 2012; 7(10): 1-10

Ness KK, Mertens AC, Hudson MM, Wall MM, Leisenring WM, Oeffinger KC et al. Limitations on physical performance and daily activities among long-term survivors of childhood cancer. Annals of Internal Medicine. 2005; 143(9): 639-648.

Rueegg CS, Gianinazzi ME, Michel G, Von der Weid NX, Bergstraesser E, Kuehni CE. Do childhood cancer survivors with physical performance limitations reach healthy activity levels? Pediatric Blood Cancer. 2013; 60: 1714-1720.

Barrozo BM, Ricz HMA, De Carlo MMRP. Os papéis ocupacionais de pessoas com câncer de cabeça e pescoço. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo. 2014; 25(3): 255-263.

Yeni VT. Roles ocupacionales en mujeres con cáncer de mama. Tese. Peru: Universidad Nacional Mayor de San Marcos; 2015.

Ohnishi N, Kataoka T, Okamura H. Relationships between roles and mental states and role functional QOL in breast cancer outpatients. Japanese Journal of Clinical Oncology. 2011; 41(9): 1112-1118.

Sawyer M, Antoniou G, Toogood I, Rice M. A comparison of parent and adolescent reports describing the health-related quality of life of adolescents treated for cancer. International Journal of Cancer. 1999; 12: 39-45.

Sung L, Yanofsky R, Klaassen RJ, Dix D, Pritchard S, Winick N et al. Quality of life during active treatment for pediatric acute lymphoblastic leukemia. International Journal of Cancer. 2010; 128: 1213-1220.

Kuczynski E. Avaliação da qualidade de vida em crianças sadias e portadoras de doenças crônicas e/ou incapacitantes. Tese (Doutorado). São Paulo: Universidade de São Paulo; 2002.

Queiroz DMF. Avaliação da qualidade de vida em crianças e adolescentes com câncer. Dissertação (Mestrado). Espírito Santo: Universidade Federal do Espírito Santo; 2014.

Santos S, Crespo C, Canavarro MC, Pinto A. Intensidade do tratamento e qualidade de vida relacionada com a saúde no cancro pediátrico. Psychology, Community and Health. 2014; 3(3): 158-171.

Klassen AF, Anthony SJ, Khan A, Sung L, Klasssen R. Identifying determinants of quality of life of children with cancer and childhood survivors: a systematic review. Support Care Cancer. 2011; 19: 1275-1287.

McDougall J, Tsonis M. Quality of life in survivors of childhood cancer: a systematic review of the literature (2001-2008). Support Care Cancer. 2009; 17: 1231-1246.

Meeske KA, Patel SK, Palmer SN, Nelson MB, Parow AM. Factors associated with health-related quality of life in pediatric cancer survivors. Pediatric Blood Cancer. 2007; 49: 298-305.

Zebrack BJ, Landier W. The perceived impact of cancer on quality of life for post-treatment survivors of childhood cancer. Quality of Life Research. 2011; 20: 1595-1608.

De Clercq B, De Fruyt F, Koot HM, Benoit Y. Quality of life in children surviving cancer: a personality and multi-informant perspective. Journal of Pediatric Psychology. 2004; 29(8): 579-590.

Stam H, Grootenhuis MA, Last BF. The course of life of survivors of childhood cancer. Psycho-Oncology. 2005; 14: 227-238.

Riberto M, Miyazaki MH, Jucá SSH, Sakamoto H, Pinto PPN, Battistella LR. Validação da versão brasileira da medida de independência funcional. Acta Fisiátrica. 2004; 11(2): 72-76.

Cordeiro JJR. Validação da lista de identificação de papéis ocupacionais em pacientes portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) no Brasil. São Paulo. Dissertação [Mestrado] – Universidade Federal de São Paulo; 2005.

The PedsQL Measurement Model For The Pediatric Quality Of Life Inventory. About the model. [Internet] PedsQLTM; 2016 [acesso em 21 de junho de 2016]; Disponível em: http://www.pedsql.org/about_pedsql.html

Ness KK, Hudson MM, Ginsberg JP, Nagarajan R, Kaste SC, Marina N et al. Physical performance limitations in the childhood cancer survivor study cohort. Journal of Clinical Oncology. 2009; 27(14): 2382-2389.

Pini S, Hugh-Jones S, Gardner PH. What effect does a cancer diagnosis have on the educational engagement and school life of teenagers? A systematic review. Psycho-Oncology. 2012; 21(7): 685-694.

Paterlini ACCR, Boemer MR. A reinserção escolar na área de oncologia infantil: avanços e perspectivas. Revista Eletrônica de Enfermagem. 2008; 10(4): 1152-1158.

Papalia DE, Olds SW, Feldman RD. Desenvolvimento psicossocial na adolescência. In: Papalia DE, Olds SW, Feldman RD. Desenvolvimento humano. 10ª edição. Porto Alegre: Artmed; 2010. p.434-467.

Marques LN, Souza ACA, Pereira AR. O viver com a doença falciforme: percepção de adolescentes. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo. 2015; 26(1): 109-117.

Batalha LMC, Fernandes AM, Campos C. Qualidade de vida em crianças com câncer concordância entre pais e crianças. Escola Anna Nery Revista de Enfermagem. 2015; 19(2): 292-296.

De Paula, LLRJ. Qualidade de vida, impacto do tratamento e níveis de concordância entre avaliações de crianças e adolescentes em tratamento de câncer e seus cuidadores. Dissertação (Mestrado). São Paulo: Universidade de São Paulo; 2012.

Williamsom H, Harcourt D, Halliwell E, Frith H, Wallace M. Adolescents’ and parents’ experiences of managing the psychosocial impact of appearance change during cancer treatment. Journal of Pediatric Oncology Nursing. 2010; 27(3): 168-175.

Varni JW, Burwinkle TM, Katz ER, Meeske K, Dickinson P. The PedsQL in pediatric cancer: reliability and validity of the Pediatric Quality of Life Inventory generic core scales, multidimensional fatigue scale and cancer module. Cancer. 2002; 94(7): 2090-2106.

Published

2019-07-01

How to Cite

SILVA, M. O. L.; ALVES, M. L. P. C. L.; CARDINAL, A. C.; BOLDRINI, Érica. Desempenho ocupacional e qualidade de vida de adolescentes em diferentes momentos do tratamento oncológico / Occupational performance and quality of life of adolescents at different times of cancer treatment. Brazilian Journal of Health Review, [S. l.], v. 2, n. 4, p. 3333–3367, 2019. DOI: 10.34119/bjhrv2n4-097. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/2284. Acesso em: 29 mar. 2024.

Issue

Section

Original Papers